História dos Ritmos II – Rock
Rock, é o estilo musical que surgiu nos Estados Unidos em meados da década de 1950 e, por evolução e assimilação de outros estilos, tornou-se a forma dominante de música popular em todo o mundo. Os elementos mais característicos do estilo são as bandas compostas de um ou mais vocalistas, baixo e guitarras elétricas muito amplificadas, e bateria. Também podem ser usados teclados elétricos e eletrônicos, sintetizadores e instrumentos de sopro e percussão diversos.
Do ponto de vista musical, o Rock surgiu da fusão da música Country, inspirada nas baladas da população branca e pobre do Kentucky e de outras regiões rurais do centro dos Estados Unidos, de estilo épico e narrativo; e do Rhythm and Blues, por sua vez uma fusão dos primitivos cantos de trabalho negros e do Jazz instrumental urbano. Inicialmente de música muito simples, era um estilo de forte ritmo dançante. Entre os primeiros cantores e compositores, quase todos negros, destacaram-se Chuck Berry, Little Richards e Bill Halley, este líder de uma banda conhecida no Brasil com o nome de Bill Haley e seus Cometas, que gravou a pioneira Rock Around the Clock.
As letras das canções da época referiam-se, de forma inculta e irreverente, a temas comuns ao universo dos jovens, como amor, sexo, crises da adolescência e automóveis. Utilizavam percussivamente o som das palavras e também sílabas soltas e onomatopaicas, como be-bop-a-lula, que deu nome a uma canção.
Elvis Presley foi o primeiro grande astro do Rock e da emergente indústria fonográfica. Apoiadas sobretudo no sucesso do gênero, as gravadoras americanas transformaram-se em impérios financeiros e, em sua intenção de tornar o rock atraente a uma maior audiência, promoveram transformações que descaracterizaram a vitalidade inicial do movimento. No início da década de 1960, no entanto, o Rock inglês explodiu com uma carga de energia equivalente à dos primeiros músicos americanos do estilo e seu sucesso logo conquistou o público jovem americano. Destacaram-se no período The Beatles, banda inglesa cuja música foi influenciada diretamente pelos primeiros compositores do Rock.
Tipicamente agressiva era a postura dos Rolling Stones, a mais duradoura das bandas da época, ainda em atividade na década de 1990. A sonoridade das palavras voltou eventualmente a ser mais importante que o sentido, na tentativa de descrever experiências com o uso de alucinógenos. Na América, Bob Dylan tornou-se conhecido com o Folk Rock, que unia os ritmos do Rock às baladas tradicionais da música Country. Sua música encerrava uma mensagem política em linguagem poética.
Progressivamente, as letras das canções passaram a abordar os mais variados assuntos, em tom ora filosófico e contemplativo, ora ácido e mordaz. A música passou também por um processo de maior elaboração e surgiram os solistas de grande virtuosismo, sobretudo guitarristas, e arranjos com longas partes instrumentais de complexa orquestração. A cantora Janis Joplin, o guitarrista Jimi Hendrix e o cantor Jim Morrison, do The Doors, representam um período de fértil experimentação musical do estilo.
Na década de 1970, surgiram inúmeros subgêneros, como o Rock progressivo do Pink Floyd, basicamente instrumental e conectado com a música erudita; o Technopop do Alan Parsons Project, que explorava o sintetizador e as técnicas de estúdio; o Art Rock, ligado ao artista pop Andy Warhol e aos músicos John Cale e Lou Reed; o Heavy Metal do Kiss e do Van Halen e o Punk Rock do Sex Pistols, surgido no movimento punk, que levou a extremos a intensidade sonora dos instrumentos e a agressividade das letras e atitudes; o glitter de Alice Cooper e David Bowie, que acentuou o lado andrógino dos cantores, com figurinos exóticos e pesada maquiagem; e o Pop Rock, fusão do estilo a gêneros mais comerciais, com larga utilização de instrumentos eletrônicos.
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